quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Meu filho não come!

Com certeza esta é, se não a maior, uma das maiores preocupações das mães. A dificuldade das crianças em encarar a hora da comida. Para muitos, comer é uma tortura. Surgem vários questionamentos, que são certamente naturais: Por que meu filho não gosta de comer? Será que fiz algo errado? Ele não gosta do que eu preparo? Estará com algum problema de saúde que o impede de comer?

O conselho que dou para as mães mais angustiadas é conversar com o pediatra que acompanha seu filho. Se a mamãe não está segura ou satisfeita com o médico da sua criança, é recomendável mudar. De preferência procurar referências de outras mães sobre bons profissionais, pois o acompanhamento mensal do seu bebê é indispensável para o bom desenvolvimento dele.

No primeiro ano de vida do bebê as visitas ao pediatra são mensais. Aproveite cada consulta para tirar suas dúvidas, inclusive as que você pode considerar como bobas. Nenhuma pergunta é boba quando se tratar do seu filho! Pergunte tudo e não esconda nada. Parece brincadeira mas muitos pais mentem para os médicos, ou por vergonha ou por achar que o mesmo pode reclamar algo e ele não tem direito de se meter na criação do seu filho... Pais que agem desta forma só prejudicam uma única pessoa: o próprio filho!

Em se tratando de alimentação, desde o início segui "militarmente" cada recomendação médica. Meu filho desde sempre foi guloso. Mamava muuuito, até que com 5 meses ele começou a acordar de 1 em 1 hora para mamar! Pedi socorro de imediato à pediatra. Diante do quadro de insatisfação, ela preferiu iniciar a alimentação sólida, pois só o leite não estava dando conta de tanta fome!

Então, da amamentação exclusiva até os 5 meses, passamos a seguir a dieta que transcrevo abaixo. Lembrando que esta dieta foi receitada para o meu filho, de acordo com as necessidades dele. Não recomendo utilizá-la sem antes consultar o pediatra!

Aos 5 meses:

- Frutas (sucos ou papas): mamão, melancia, melão e carambola.
- Verduras e legumes (sopas ou amassadas): batata, chuchu, cenoura, espinafre, beterraba, couve-flor, brócolis, jerimum, tomate sem pele, coentro, cebolinha (escolha 3 ou 4 e cozinhe com carne magra ou galinha, porém após o cozimento, retire a carne).
Obs¹: não usar açúcar nem sal.

        Após 15 dias
- Acrescentar: acerola, maçã, pera, banana, ameixa, goiaba, pinha e sapoti.
- Inhame ou macaxeira.
- Gema de ovo: meia gema, 2 vezes na semana.

Aos 6 meses:

- Leite
- Frutas (sucos ou papinhas): todas as frutas, exceto abacate, limão e morango.
- Carne, galinha ou fígado.
- Gema de ovo inteira: 3 vezes por semana.
- Acrescentar: arroz (sem ser parboilizado), feijão, purê, carne e galinha.
- Azeite de oliva extravirgem: 1 colher de chá ao dia.

Obs²: Não usar liquidificador; os alimentos devem ser amassados.
Obs³: Não usar sal ou açúcar.

Aos 7/8 meses:

- Acrescentar: batata doce; macarrão e cuscuz.

Aos 9 meses:

- Acrescentar: peixe, clara de ovo, cebola, tapioca, requeijão, "polenguinho".

Aos 12 meses:

- Cardápio familiar.
- Leite integral: Ninho 1+

Minhas dicas:

  • Além de seguir a dieta sem desvios, o que utilizamos foi o maior segredo de todos: PACIÊNCIA. Tudo é novo para a criança. É natural que de início ela rejeite as primeiras colheradas, mas o importante é não desistir. Se no primeiro dia ela cuspiu tudo, tente de novo. E de novo. E de novo... Gradativamente os novos alimentos passarão a ser aceitos e quando você menos perceber ela estará comendo tudo.
  • A recomendação da pediatra de não liquidificar os alimentos faz toda a diferença. A criança precisa sentir os pedacinhos da comida para que, quando os dentes nasçam, ela não rejeite a comida não triturada.
  • Se você ainda tem leite amamente sempre que seu filho quiser.
  • Cada alimento tem sua fase. Não pule as etapas.
  • Resista à tentação de incluir outros alimentos, principalmente os industrializados pois contêm muito açúcar ou muito sal.


Por último, não existe fórmula mágica. Tudo é consequência da dedicação que você tem. Trabalhe em conjunto com seu marido. Sentem à mesa na hora da refeição. Hora de comer não é hora de brincar. Se seu filho levantou e saiu andando pela casa, não saia atrás dele com o prato de comida na mão, forçando-o a comer. Faça-o entender que existe hora para tudo e que a refeição é feita na mesa ou na sua cadeirinha. Pequenas atitudes farão toda a diferença.