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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Sociedade dos Filhos Órfãos

          Compartilho a entrevista abaixo com o autor do livro "Sociedade dos filhos órfãos". As afirmações são pertinentes diante da situação em que nossa sociedade se encontra. 
Ressalto um dos trechos da entrevista, em que o autor fala sobre a adolescência imatura.
Muitos são os casos de pais que negligenciam a educação e o tempo com seus filhos, esquecendo que a infância e adolescência são fases rápidas na vida de qualquer pessoa.

             Ou seja, ser pais presentes e conscientes de suas responsabilidades não é uma tarefa fácil, porém é o caminho mais eficaz de educar as crianças em época própria -  quando elas ainda estão em fase de formação da personalidade e razão. 
O trabalho é grande por pouco tempo, e esta é a lógica. Ao contrário da mentalidade permissiva, onde os pais entendem que amar é dar tudo que o filho quer e não percebem que esta prática resultará, na grande parte dos casos, em um adolescente perpétuo, mesmo sendo ele um adulto. E consequentemente o trabalho será para o resto da vida!

“Para dedicar tempo aos filhos, é preciso deixar outras coisas de lado”


O escritor Sergio Sinay, 66 anos, é um especialista em vínculos humanos. Sociólogo e jornalista, formou-se na Escola de Psicologia da Associação Gestáltica de Buenos Aires. Requisitado consultor sobre assuntos familiares e relações pessoais, tem vários livros publicados. O mais novo,Sociedade dos Filhos Órfãos, que acaba de sair em português (Editora BestSeller), é uma dura crítica ao modo de vida da atualidade, em que pais delegam a educação e a atenção aos filhos para babás, escolas e até para as novas tecnologias – como celular, televisão e computadores. Esse comportamento transmite aos filhos a noção errada de que basta ter dinheiro para encontrar quem se encarregue daquilo que nos cabe fazer, afirma Sinay, em seu livro.
Casado e pai de um jovem, Sinay diz que o amor é uma construção contínua que se fortalece diariamente com responsabilidade e comprometimento. “Para dedicar tempo aos filhos, é preciso deixar outras coisas de lado”. A seguir trechos da entrevista concedida ao Mulher7x7.

Mulher7x7- Há uma geração de filhos sem pais presentes nascendo ou ela sempre existiu?
SERGIO SINAY – Sempre houve pais que não assumem responsabilidades e sempre haverá. Mas nunca houve como hoje um fenômeno social tão amplo e profundo a ponto de criar uma geração de filhos órfãos de pais vivos. Pela primeira vez podemos dizer, infelizmente, que os filhos com pais presentes que cumprem suas funções são uma minoria.

Até que ponto a relação dos pais com os filhos reproduz um estilo de vida da atualidade?

domingo, 24 de março de 2013

Videogames e as crianças

Há muito tempo não assistia Supernanny (Jo Frost - GNT), e apesar de não ser uma unanimidade na opinião de muitos pais, existem muitas questões levantadas no programa que levam à uma reflexão dos nossos atos em casa com nossos filhos.

Hoje em "Conselhos de Supernanny" foi abordado o efeito dos videogames no comportamento das crianças . E com isso lembrei de um outro episódio em que ela é chamada para ajudar uma mãe cujo filho passa horas na frente do computador, jogando videogame; não se levanta nem para comer, só sai de casa para ir à escola.

Levando em consideração que o videogame pode ser um meio de entretenimento saudável até o ponto em que não interfira na interação social, ou torne-se o centro das atenções do lar, presenciamos inclusive muitos adultos que são realmente viciados, o que vem a ser mais preocupante para as crianças, pois estão ainda em processo de formação.

Sobre o assunto, compartilho reportagem sobre um estudo realizado na Grã-Bretanha que aborda aspectos preocupante sobre os efeitos comportamentais em crianças e adolescentes. Isolamento, falta de colaboração em casa, agressividade e a negligência dos pais, são alguns dos apontamentos.

Excesso de videogames eleva isolamento e agressividade das crianças, diz estudo
Videogame | Foto: AFP

Crianças que desenvolvem vício por videogames podem anular capacidade de interação social
Crianças que jogam até 16 horas de videogames por dia podem estar viciadas e desenvolver comportamento mais agressivo, intolerante e de isolamento da sociedade, segundo aponta um estudo da Associação Britânica de Gerenciamento da Raiva (BAAM, na sigla em inglês).


Em uma pesquisa que ouviu 204 famílias da Grã-Bretanha, a entidade ressalta os riscos do excesso da atividade e a necessidade de que os pais estabeleçam limites na relação que as crianças desenvolvem com os jogos eletrônicos.


Os pais de crianças entre 9 e 18 anos acreditam que o videogame influencie o convívio familiar e as habilidades sociais de seus filhos. A pesquisa apurou que 46% dos pais acham que o excesso dos jogos leva a menos cooperação em casa.

"A situação mais típica que encontramos é da criança que se torna irritada e agressiva quando solicitada a arrumar o quarto, fazer os deveres de casa ou jantar, quando o que ela realmente quer é continuar jogando videogame", disse à BBC Brasil Mike Fisher, diretor da BAAM.

Na escola, professores se queixam de alunos com falta de concentração, sonolência, irritabilidade e dificuldades de interagir com os colegas.

Riscos e excessos

Tempo gasto jogando videogames:


  • 1-5 horas 17%
  • 6-10 horas 25%
  • 11-15 hours 18%
  • 16 horas ou mais 28%
  • Meu filho não joga 3%
  • Sem resposta 5%

Alterações de comportamento:


  • Menos cooperação familiar 46%
  • Raiva e intolerância com os outros 44%
  • Menos interação social 42%
  • Menos interesse em exercícios físicos 41%
  • Mais impaciente 40%
  • Mais frustrado 38%
  • Comportamento mais agressivo 35%
  • Alterações de humor mais frequentes 29%
  • Mais isolado 25%
  • Maior concentração 21%


Com quem seu filho joga?

  • Sozinho 67%
  • Com amigos 38%
  • Em plataformas online 54%
  • Não sei 1%
Fonte: Associação Britânica de Gerenciamento da Reiva (BAAM)


Mas esses são apenas alguns dos efeitos que a obsessão pelos jogos pode causar, explica Fisher.

Estudos e exemplos práticos mostram que a continuidade do isolamento social pode levar a casos extremos como o dois dois adolescentes que mataram 12 colegas e um professor em Columbine, nos Estados Unidos, em 1999, e do norueguês Anders Breivik, que em julho do ano passado matou 69 pessoas em um ataque a uma colônia de férias.


Nos dois casos emblemáticos os assassinos passavam mais de dez horas por dia jogando videogames violentos.


"Breivik admitiu jogar ‘Call of Duty’, um game de violência, por mais de 16 horas por dia, com o objetivo de treinar a coordenação necessária para atirar com eficiência", diz Fisher.

Fuga da realidade



Embora o início do interesse pelo videogame esteja relacionado a uma diversão saudável - estágio no qual muitas crianças e adolescentes permanecem e que não tem grandes efeitos nocivos - o aumento do número de horas em frente da tela e o distanciamento do convívio social está ligado a uma fuga de questões emocionais.

"Atualmente as famílias e a escola não estão preparadas para lidar com a crescente frustração e outras dificuldades enfrentadas pelas crianças. Muitos encontram nos videogames uma realidade virtual para fugir de suas próprias emoções", diz Fisher.



Anders Breivik, que matou 69 pessoas, admitiu treinar habilidades de tiro com videogames violentos

Na visão da BAAM, que oferece tratamento e sessões de terapia a jovens entre 13 e 17 anos, em casos extremos a capacidade de empatia e cooperação com outros seres humanos chega a ser praticamente anulada.

Os resultados mostram que 67% das crianças jogam sozinhas, 38% com amigos e 54% em plataformas online.

Muitos adolescentes não conseguem mais se identificar com sentimentos de compaixão, solidariedade e outros aspectos de convivência em grupo, e alguns chegam a replicar as cenas de violência dos jogos na realidade, quando confrontados com desafios, ordens, pedidos ou situações em que ficam irritados com irmãos, amigos ou colegas de classe.


Limites


Os resultados da pesquisa britânica reforçam tais padrões psicológicos e alertam para a necessidade de os pais identificarem e tomarem atitudes.


Para Mike Fischer, as famílias precisam deixar claro às crianças e adolescentes que o desrespeito às regras da casa e o número excessivo de horas em frente à tela do videogame serão punidos.


"Achei que teríamos resultados ainda mais negativos, mas de qualquer forma são números preocupantes. Os pais precisam determinar a quantidade de horas que as crianças jogam. Muitos pais querem paz e tranquilidade, e assim a criança aprende que ao ficar irritada conseguirá o que quer", diz o diretor da BAAM, acrescentando que a entidade treina os pais a estabelecerem limites.