Com as vacinas em dia, a chance de contrair ou sua gravidade são minimizadas.
A boa notícia é que a rede pública de saúde passa a oferecer a vacina contra a Varicela juntamente com a Tetra viral. Esta oferta será exclusivamente para crianças de 15 meses de idade que já tenham recebido a primeira dose da vacina tríplice viral. (Notícia completa no Portal da Saúde)
Até então, somente na rede privada era possível encontrar a vacina, num custo médio de R$150,00.
As informações abaixo foram retiradas dos sites Albert Einstein e Bebê.com.br
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A Catapora, também conhecida como Varicela, é uma doença infecciosa aguda, altamente transmissível, causada pelo vírus varicela-zóster. Está classificada entre as afecções do tipo exantemáticas, aquelas que trazem como conseqüência erupções na pele.
A doença é mais comum em crianças entre 1 e 10 anos, porém pode ocorrer em pessoas suscetíveis - não imunes - de qualquer idade. Na maioria das vezes evolui sem consequências mais sérias, mas em pessoas com imunodeficiência ou em adultos, o quadro pode resultar numa manifestação hemorrágica grave, pneumonia e infecção bacteriana secundária, devido à contaminação das feridas da pele.
Em todo inverno observa-se um aumento do número de casos da doença, explicado pela permanência maior das crianças em ambientes fechados, como creches e salas de aula, além de salas de espera de consultórios. Por isso, a catapora é considerada uma doença endêmica e não epidêmica, como esclarece o dr. Jacyr Pasternak, infectologista e presidente da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE): "A varicela não nos pega de surpresa. Todo ano há um aumento do número de casos, sazonalmente". É previsto e esperado. Por isso mesmo ele recomenda: "Para evitá-la a melhor forma é a vacinação".
Sintomas
O principal sintoma da catapora, a erupção na pele, tem início após um período de incubação que varia entre 10 e 21 dias. Num primeiro momento as lesões são do tipo macular, que se caracterizam por bolinhas vermelhas. Rapidamente evoluem para formar pequenas vesículas, bolhas, com conteúdo líquido que se rompem e dão origem às feridas. Essas feridas ganham uma crosta na fase de cicatrização. Caso cocem, só há riscos de cicatriz externa quando e se a ferida infeccionar. A geografia da doença começa no tronco e só depois se dissemina para braços e pernas. Acompanham as erupções: febre, prurido (coceira) e desconforto generalizado.
Transmissão
Ocorre, principalmente, pelas gotículas de saliva, pelo espirro e pela tosse ou pelo contato direto com o líquido das bolhas. Mais raramente, pode acontecer de forma indireta, pelo contato com objetos recém-contaminados com secreção das vesículas.
É possível ainda a transmissão da varicela durante a gestação, através da placenta. Pessoas acometidas pelo vírus transmitem a doença durante todo o período de formação das lesões da pele, que dura, em média, de cinco a sete dias.
A varicela pode ser transmitida ainda no período de incubação (tempo entre contato e surgimento da doença), que pode ser tão longo como levar de duas a três semanas.
Tratamento
Por ser uma doença viral, o ideal é a prevenção através da vacina. Uma vez contaminado, o paciente deve ficar em casa, longe do convívio social, e esperar que as lesões da pele cicatrizem, para só aí retomar sua rotina normal.
Via de regra são administrados antitérmicos para controlar a febre e a prostração. Mas há também medicamentos antivirais efetivos para tratar os casos mais graves, especialmente em imunodeprimidos (indivíduos com deficiência imunológica, seja por doenças como HIV, ou por tratamentos de quimioterapia) e adultos.
Além disso, os médicos alertam que não se administre aspirina ou outros medicamentos contendo ácido acetilsalicílico (AAS) para baixar a febre em crianças com a doença porque há registro, na literatura médica, de uma síndrome que acomete o fígado e pode causar coma, atribuída ao uso desse medicamento durante o quadro. É a chamada Síndrome de Reye, que atinge o sistema neurológico. Em substituição aos derivados de AAS, recomendam o paracetamol.
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Questionamentos
Mesmo vacinada, a criança pode ser contaminada pela catapora?
Evandro Roberto Baldacchi - Sim, pode. A diferença é que em uma criança vacinada a doença é mais leve. Para se ter uma ideia, a catapora normal provoca entre 250 e 500 lesões na pele - aquelas bolinhas vermelhas. A catapora em uma pessoa vacinada varia entre 20 e 40 bolinhas, ou seja, menos de 10% do que em alguém não-vacinado.
Quais são as complicações da doença?
Evandro Roberto Baldacchi - A população tem uma ideia de que a catapora é benigna, mas essa é só uma parte da verdade. Ela é uma doença séria que não pode ser banalizada pois causa complicações e pode levar à morte. A criança pode desenvolver infecção nas lesões, infecção geral no organismo, alterações no sangue como baixa das plaquetas e, em casos graves, pode comprometer o sistema nervoso.
O que a gestante deve fazer se tiver contato com alguém contaminado?
Evandro Roberto Baldacchi - Deve procurar o médico para receber orientação e, se necessário, tomar um anti-viral.
Quais são as complicações em gestantes que tiveram contato com catapora?
Evandro Roberto Baldacchi - Se ela estiver com até 20 semanas de gestação e se contaminar com catapora, pode causar comprometimento do sistema nervoso do feto ou desenvolver doenças como focomelia - que deixa braços e pernas mais curtos. Depois de 20 semanas, se tiver contato com o vírus, é provável que não aconteça nada. Agora, se a gestante adquirir catapora até cinco dias antes ou até dois dias depois do parto, existe um risco muito grande de o bebê desenvolver varicela congênita, que pode levar à morte.
Existe alguma maneira de evitar a catapora?
Evandro Roberto Baldacchi - Infelizmente é muito difícil porque dois dias antes de aparecerem os primeiros sintomas, que são febre e as manchinhas, a criança já está transmitindo a doença. Lógico que os pais não mandam a criança para a escola quando os sintomas aparecem, mas ela já espalhou o vírus antes.
Como acontece o contágio?
Evandro Roberto Baldacchi - Pode acontecer pelo contato direto com as lesões ou pode acontecer o contágio aéreo, através da tosse, da fala, das brincadeiras face a face.
O que os pais devem fazer se a criança pegou catapora?
Evandro Roberto Baldacchi - Procure um médico para receber orientação. É muito importante preservar a integridade das lesões, ou seja, não coçar, não cutucar, lavar com sabonete anti-séptico e colocar roupas longas na criança. Por fim, deixe o pequeno em casa por uma semana até que ele esteja curado.
Enquanto houver o surto de catapora é melhor deixar o pequeno em casa? Qual o risco real de levar a criança para a escola?
Evandro Roberto Baldacchi - Existe um perigo real, mas não há motivo para entrar em pânico. Se a criança está vacinada, não existe praticamente risco nenhum de contrair a doença e, caso aconteça, será uma varicela leve e sem complicações. É importante ficar alerta pois catapora não é uma doença banal. O melhor é prevenir e nunca facilitar.
Por que é comum o aumento de casos de catapora nessa época do ano?
Evandro Roberto Baldacchi - Alguns vírus têm caráter sazonal, que é o caso da catapora. É mais comum nos meses entre julho e outubro