domingo, 21 de julho de 2013

Amamentação: o que pode e o que não pode



Durante a fase de amamentação surgem diversas dúvidas.

"Será que minha alimentação interfere no leite?", "O que posso comer?", "O que não posso comer?".


Com o primeiro filho, sempre que comia algo condimentado (mesmo que fosse apenas um pouco de pimentão no preparo), doce ou refrigerante, imediatamente batia a cólica no pequeno.
Agora com o segundo, graças a Deus, a cólica não apareceu, independente do que eu coma.

De fato, cada criança é de uma maneira, não há receita. Abaixo compilei (grifos meus também) algumas informações que julguei interessantes para esta fase. Retiradas dos sites Bebê AbrilGuia do Bebê e Sociedade Brasileira de Pediatria.


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Qual a dieta mais recomendada durante a amamentação?

Não existe um cardápio pré-determinado. O ideal é que a mãe se alimente da maneira mais saudável possível, dedicando especial atenção aos líquidos. "A mulher costuma sentir muita sede nessa fase porque a água é matéria-prima para a fabricação do leite", explica o pediatra Luciano Borges, vice-presidente do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Outra dica é fazer várias refeições balanceadas ao longo do dia. "O bebê rouba os nutrientes da mãe e, por isso, o organismo dela deve estar o mais equilibrado possível", informa o nutrólogo e pediatra Ary Lopes Cardoso, do Instituto da Criança, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Os especialistas concordam: comer cinco ou seis vezes ao dia e investir em frutas e fibras, além de não abusar dos doces, é um ótimo caminho.

Existem restrições alimentares? O que não devo comer?


A princípio, não há alimento proibido para a nutriz - nome dado à mãe que amamenta. Se houver alguma reação negativa do bebê em aleitamento materno exclusivo, aí, sim, pode-se suspeitar de sensibilidade ou alergia alimentar a alguma substância que a mulher tenha ingerido.




Segundo Ary Lopes, os campeões nesse processo são: leite de vaca, castanhas (como o amendoim), frutos do mar e carne de porco. Antes de pensar em eliminar os itens do cardápio, é preciso que o médico constate a ligação entre eles e as cólicas do bebê.

O álcool deve ser evitado. A substância pode dificultar a absorção de nutrientes pela mãe, além de ser absorvido pela criança através do leite materno. Já fontes de cafeína precisam ser consumidas com moderação. "O recomendado são até duas xícaras de café por dia", orienta o nutrólogo Celso Cukier, do Instituto de Metabolismo e Nutrição, em São Paulo. Segundo o médico, não se sabe se a substância é prejudicial aos pequenos. Por isso, o melhor é não abusar.






Posso fazer regime durante a amamentação para diminuir as medidas?

Cortar calorias é perigoso, já que o organismo precisa de muita energia para produzir o leite materno. "Dietas rigorosas nessa fase podem implicar em perda de massa magra, ou seja, músculos e energia", explica o nutrólogo Ary Lopes. Para alimentar o seu bebê, estima-se que as mulheres precisam de 20% a mais de calorias do que as necessárias em outra fase da vida. Isso significa o total médio de 2,4 mil calorias diárias. Portanto, não se preocupe: invista em uma alimentação saudável e o ato de amamentar fará você voltar ao seu peso normal gradualmente.

Adoçantes e outros alimentos light e diet estão liberados?

Não existe consenso sobre os malefícios desses produtos para a saúde da criança. Porém, como diversas pesquisas apontam nessa direção, a recomendação dos médicos é fazer um uso leve ou moderado das substâncias. "Elas não são saudáveis. O melhor é usar açúcar mesmo, mas em menor quantidade", aconselha o pediatra Luciano Borges. O nutrólogo Celso Cukier lembra que 1 grama de açúcar tem apenas 4 calorias.
Se mesmo assim a mãe quiser fazer uso de adoçantes, o ideal é que não passe de dois envelopes por dia (ou duas colheres de café, se for pó, ou dez gotas, se for adoçante líquido). Os produtos light e diet também não devem ser consumidos à vontade. "Como são utilizadas moléculas químicas para produzir o sabor adocicado, podem não fazer bem para o organismo", explica Celso. Ary Lopes resume a orientação: "Durante o aleitamento, não é hora de contar calorias, e sim selecionar melhor os alimentos".

E os remédios? Devo manter as mesmas restrições da gravidez?




Durante a amamentação, vários medicamentos estão liberados. Para ter certeza do que você pode ou não pode tomar, é essencial consultar o médico. No pós-parto, assim como em qualquer fase de vida, a automedicação nunca deve ser praticada.





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[Para exemplificar, nesta Cartilha do Ministério da Saúde consta uma lista enorme de medicamentos que não podem ser administrados durante a amamentação - AMAMENTAÇÃO E USO DE MEDICAMENTOS E OUTRAS SUBSTÂNCIAS]
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O que posso comer ou fazer para aumentar a quantidade de leite?

Não existe um alimento que cumpra essa função. O maior estímulo para a produção de leite é a própria sucção do bebê. Além disso, você deve ingerir bastante água - uma matéria-prima essencial a esse processo. "É importante esvaziar o peito para que a produção não pare. Então, se o bebê não mamar todo o leite disponível, ordenhe as mamas até ficarem vazias", alerta Lívia Teixeira.

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Ainda sobre a Cartilha citada acima, destaquei abaixo algumas substâncias gerais comuns:


Alimentos


  • Aspartame Uso compatível com a amamentação. Uso contraindicado durante a amamentação em mães de lactentes com fenilcetonúria.

  • Cafeína  Uso compatível com a amamentação. Contudo, o consumo de altas doses pela nutriz tem sido associado à irritabilidade e insônia no lactente.

  • Chocolate (teobromina)  Uso compatível com a amamentação. Excretado para o leite materno em pequenas quantidades. Entretanto, em consumo excessivo (mais de 450g/dia) pode causar irritabilidade ou aumento da peristalse intestinal no lactente. Esses efeitos podem ser potencializados quando este alimento é ingerido com café ou teofilina.

  • Dieta vegetariana  Uso compatível com a amamentação. Relato de sinais de deficiência de vitamina B12 no lactente. Complementar a dieta da nutriz com essa vitamina.
  • Glutamato monossódico Uso criterioso durante a amamentação. Não há dados sobre segurança para uso durante o período da lactação.
  • Sacarina  Uso criterioso durante a amamentação. Evitar uso excessivo.

Drogas de vício e abuso

  • Álcool (Etanol) Uso criterioso durante a amamentação. A ingestão de doses iguais ou maiores que 0,3g/kg de peso podem reduzir a produção láctea. O álcool pode modificar o odor e o sabor do leite materno levando à recusa do mesmo pelo lactente.
  • Nicotina Uso criterioso durante a amamentação. A nicotina pode reduzir a produção láctea e alterar o sabor do leite. O uso de medicamentos (adesivo, goma de mascar e spray) contendo nicotina é compatível com a amamentação.

Agentes ambientais

  • Chumbo Uso contraindicado durante a amamentação.
  • DDT e outros inseticidas Uso criterioso durante a amamentação. A contaminação do leite por inseticidas tem sido exaustivamente estudada, sem relato de efeitos adversos. Apenas em situações excepcionais de intensa exposição é motivo de preocupação.
  • Formaldeído Uso criterioso durante a amamentação. Não há dados sobre transferência para o leite materno após intoxicação materna.
  • Hexaclorobenzeno Uso criterioso durante a amamentação. Há relato de exantema cutâneo, diarréia, vômitos, urina escura e neurotoxicidade no lactente.
  • Hexaclorofeno Uso criterioso durante a amamentação. Contaminação do leite a partir da lavagem do mamilo é possível.

Repelente

  • DEET (Dietil-metil-benzamida) Uso criterioso durante a amamentação. Não há dados sobre segurança para uso durante o período da lactação. Excreção para o leite materno possível devido a elevada lipossolubilidade e distribuição.


Fitoterápicos

  • Alho (Allium sativum) Uso criterioso durante a amamentação. Pode alterar o odor do leite materno. Evitar uso excessivo.
  • Babosa (Aloe vera) Uso criterioso durante a amamentação. Preferir uso tópico.
  • Borage (Officinalis borage) Uso contraindicado durante a amamentação.
  • Calêndula (Calendula officinalis) Uso criterioso durante a amamentação. Não há dados sobre segurança para uso durante o período da lactação.

  • Camomila germânica (Matricaria chamomilla) Uso criterioso durante a amamentação. Risco de hipersensibilização.






  • Cohosh azul (Caulophyllum thalictroides) Uso contraindicado durante a amamentação.
  • Confrei (Symphytum officinale)  Uso contraindicado durante a amamentação.
  • Erva de São João (Hypercurium perforatum) Uso compatível com a amamentação.
  • Funcho (Foeniculum officinale) Uso criterioso durante a amamentação. Risco teórico de redução da produção láctea pela nutriz.
  • Ginko biloba (Pterophyllus salisburiensis) Uso criterioso durante a amamentação. Não há dados sobre segurança para uso durante o período da lactação.
  • Ginseng (Panax sp.) Uso criterioso durante a amamentação. Não há dados sobre segurança para uso durante o período da lactação. Evitar uso por período superior a seis semanas. Observar irritabilidade no lactente.
  • Kava-kava (Piper methysticum) Uso contraindicado durante a amamentação.
  • Kombucha (Kombucha Gyokuroen) Uso contraindicado durante a amamentação. 
  • Sálvia (Salvia officinalis) Uso criterioso durante a amamentação.

Cosméticos

  • Amônia Uso criterioso durante a amamentação. Utilizado em tinturas para cabelo. Não há estudos sobre segurança para uso durante o período da lactação.
  • Formol Uso contraindicado durante a amamentação. Uso como alisante de cabelo não é permitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária devido ao risco de intoxicação.
  • Hidroquinona  Uso criterioso durante a amamentação. Evitar uso prolongado.
  • Implantes de silicone Uso compatível com a amamentação.
  • Piercings  Uso criterioso para uso nos mamilos. Risco de dano aos ductos mamários com consequente obstrução.
  • Tatuagens  Uso criterioso sobre a aréola e o mamilo. Risco de dermatite local e obstrução ductal.
  • Tinturas para cabelo Uso compatível com a amamentação, desde que não contenham o metal chumbo.
  • Toxina botulínica tipo A  Uso criterioso durante a amamentação. Quando administrada corretamente, via intramuscular, o fármaco não atinge a circulação sistêmica e, consequentemente, o compartimento lácteo.